«Somos naturaleza. Poner al dinero como bien supremo nos conduce a la catástrofe»

José Luis Sampedro

Actualmente nos leen en: Francia, Italia, España, Canadá, E.E.U.U., Argentina, Brasil, Colombia, Perú, México, Ecuador, Uruguay, Bolivia y Chile.

Un poco de Brasil: una «isla» en América Latina / Um pouco de Brasil: Uma “Ilha” na América Latina – Parte 1

Desde Brasil

ESPAÑOL

«Brasil no es para principiantes». Esta frase, que resume en gran medida la complejidad de lo que es Brasil, fue dicha por Antônio Carlos Jobim, uno de los más grandes compositores e íconos de lo que, después de la samba, es, quizás, la expresión más conocida de la música brasileña, la Bossa Nova.

Por muchos aspectos, entre los que destaco el tamaño continental y la trayectoria histórica desde la conquista y consecuente colonización portuguesa, Brasil es una “isla” en América Latina.  A pesar de las innumerables similitudes entre la sociedad brasileña y las demás en el subcontinente, en el transcurso del proceso histórico de la nación brasileña, las escasas diferencias siempre se han reforzado en detrimento de estas similitudes, con el objetivo de mantener una importante distancia política y cultural.

Esta distancia que, durante el período colonial, fue justificada por las disputas entre las coronas portuguesa y española por sus posesiones de ultramar, especialmente las del Nuevo Mundo. En el contexto de la Independencia, comenzó a justificarse por la necesidad de preservar la unidad territorial y contener las ideas republicanas que se extendieron por todo el continente, incluso como fundamento de muchos procesos independentistas desde los Estados Unidos de América, en 1776.

Una vez independiente, en 1822, Brasil se convirtió en la única monarquía del continente americano. Gobernado por Don Pedro I, hijo del entonces rey de Portugal, Don João VI, por lo tanto, ex soberano de lo que fue, hasta ese año, la única colonia portuguesa en América, eligió mantener y fortalecer los lazos políticos, comerciales y culturales con Europa y,  más tarde, con EE. UU.  Manteniéndose relativamente cerrado a los “vientos liberales” que soplaron desde estas tierras y absolutamente contrario a las aproximaciones con otras naciones latinoamericanas. Estableciendo relaciones de animosidad con ellos a partir de una postura imperialista que se materializó en conflictos armados y en una carrera armamentista, especialmente, con Argentina y Chile, desde el siglo XIX hasta principios del XX.

Las élites de la sociedad brasileña no se diferenciaron mucho de sus contrapartes en el resto del subcontinente latinoamericano. Predominantemente blancos y dueños de vastas extensiones de tierra dedicadas a la producción de algunas culturas y / o extracciones, con sus intereses enfocados en el mercado externo y empleando mano de obra esclava (negra e indígena). Estas élites se esforzaron por mantener su situación y privilegios en un statu quo que ha existido desde la época colonial, basado en una rígida jerarquía social y disciplina, sobre todo, en aspectos étnicos, de género y acceso a la tierra.

Atentas a sus intereses orgánicos y poco interesadas en los intereses más amplios de la sociedad, las élites brasileñas actuaron para impulsar las transformaciones sociales que eran “inevitables”, evitando así los procesos revolucionarios y garantizando sus intereses políticos y económicos.  Así fue en la Independencia, ante las presiones de los tribunales portugueses para que Brasil, el Reino Unido desde 1808, vuelva a la condición de colonia. También en la Proclamación de la República (1889), cuando un año después de la abolición de la esclavitud (1888) –Brasil, una de las naciones que más esclavos recibió en el mundo, fue la última del continente americano en abolir oficialmente la esclavitud. Un golpe de Estado depuso al emperador Don Pedro II y puso fin a la monarquía brasileña. Elevando las oligarquías dominantes, esas mismas élites que mencioné antes, a la cima del poder político y de toma de decisiones del país.

Vale la pena señalar que en estos dos importantes episodios del proceso histórico brasileño no hubo cambios estructurales en la sociedad. Este escenario se ha sostenido a lo largo del siglo XX, a pesar de la mayor participación de las clases trabajadoras en el escenario político nacional, en el que Brasil permaneció como “isleño” en América Latina, con la “mirada” puesta en Europa y EE.UU, “de espaldas” al subcontinente y a África, incluso como un país con una de las poblaciones indígenas y negras más grandes del mundo.

Continuaremos con este breve análisis, sobre “Un poquito de Brasil”, en la segunda parte de este artículo.

PORTUGUÊS

“O Brasil não é para principiantes”. Essa frase, que em muito resume a complexidade do que é o Brasil, foi dita por Antônio Carlos Jobim, um dos maiores compositores e ícones daquela que, depois do samba, talvez seja a expressão mais conhecida da música brasileira, a Bossa Nova.

Por muitos aspectos, entre os quais destaco o tamanho continental e a trajetória histórica a partir da conquista e consequente colonização portuguesa, o Brasil é uma “ilha” na América Latina. Não obstante as inúmeras semelhanças entre a sociedade brasileira e as demais do subcontinente, no curso do processo histórico da nação brasileira as poucas diferenças foram sempre reforçadas em detrimento dessas similitudes, com o objetivo de manter um significativo afastamento político e cultural.

Esse distanciamento que, durante o período colonial se justificava em razão das disputas entre as coroas portuguesa e espanhola em torno de suas possessões ultramarinas, especialmente aquelas no Novo Mundo. No contexto da Independência passou a justificar-se pela necessidade de preservação da unidade territorial e para conter os ideiais republicanos que se espraiavam por todo o continente, inclusive como fundamento de muitos processos de independência desde os Estados Unidos da América (EUA), em 1776.

Uma vez independente, em 1822, o Brasil se tornou a única monarquia americana. Governada por Dom Pedro I, filho do então rei de Portugal, Dom João VI, portanto antigo soberano daquela que foi, até aquele ano, a única colônia portuguesa na América, optou por manter e reforçar os laços políticos, comerciais e culturais com a Europa e, mais tarde, com os EUA. Mantendo-se relativamente fechado para os “ventos liberais” que sopravam dessas terras e absolutamente avesso a aproximações com as demais nações latino-americanas. Estabelecendo com estas, relações de animosidade fundamentadas em uma postura imperialista que se materializou em conflitos armados e em uma corrida armamentista travada, especialmente, com Argentina e Chile, desde o século XIX até início do XX.

A elite da sociedade brasileira não diferia muito de suas congêneres no restante do subcontinente latino-americano. Predominantemente branca e proprietária de vastas extensões de terras dedicadas à produção de algumas poucas culturas e/ou ao extrativismo, com seus interesses voltados para o mercado externo e empregando mão-de-obra escrava (negra e indígena). Essa elite se esforçava para manter sua condição e privilégios em um statu quo vigente desde os tempos da colônia, fundamentado em uma rígida hierarquia e disciplina sociais baseadas, sobretudo, em aspectos étnicos, gênero e acesso à terra.

Atenta aos seus interesses orgânicos e pouco interessada nos interesses mais amplos da sociedade, a elite brasileira atuou no sentido de conduzir as transformações sociais que se apresentavam “inevitáveis”, evitando assim processos revolucionários e garantindo seus interesses políticos e econômicos. Foi assim na Independência, diante das pressões das cortes portuguesas pelo retorno do Brasil, Reino Unido desde 1808, à condição de colônia. Também na Proclamação da República (1889), quando, um ano após a abolição da escravidão (1888) – o Brasil, uma das nações que mais recebeu escravos em todo o mundo, foi a última do continente americano a abolir oficialmente o trabalho escravo– um golpe de Estado depôs o Imperador Dom Pedro II e colocou fim à monarquia brasileira. Alçando as oligarquias dominantes, essas mesmas elites que mencionei anteriormente, ao topo do poder político e decisório do país.

Cabe destacar que, nesses dois importantes episódios do processo histórico brasileiro, não houve transformações estruturais na sociedade. Quadro que se sustentou ao longo do século XX, apesar de uma maior participação das camadas trabalhadoras na cena política nacional, em que o Brasil seguiu “ilhado” na América Latina, com seus “olhos” voltados para a Europa e os EUA,  “de costas” para o subcontinente e para a África, mesmo na condição de país com uma das maiores populações indígenas e negras em todo o mundo.

Continuaremos com esta breve análise, sobre “Um pouco de Brasil”, no próxima Parte 2  deste artigo.

Recuerda que puedes seguirnos en facebook:

Déjanos tu comentario:

Su dirección de correo electrónico no será publicado.

*

Sé el primero en comentar

sertikex-servicios-informáticos www.serviciosinformaticos.cl